19/Junho/71 – Londres – Paris

Às 8h da manhã estávamos no carro a caminho de Ramsgate, para de barco flutuante, movido a hélice, atravessarmos o mar ao encontro de Calais – de lá para Paris.

Iniciamos a travessia às 13h25, com 50 minutos de travessia. Planamos por sobre o mar. Os carros são segurados por cabos grossos no porão. Sobe-se à coberta, como se estivéssemos em avião com aeromoça e tudo, só que o troço pula como automóvel em estrada ruim. São quatro hélices se movimentando com orientação de radar. Embaixo do barco, em toda a sua extensão, tem uma câmara de ar que infla para o barco planar no mar, sair do mar e atingir a terra como se entrasse em um aeroporto. Abrem as portas e saem os carros e ônibus cheios novamente, com seus passageiros. A viagem não é agradável, mas pelo menos é melhor e mais rápida do que nos tais barcos ronceiros. Para quem enjoa é triste. Um senhor ao nosso lado passou malíssimo, até deitou no chão, mas graças a Deus, chegamos em paz.

França – Hotel Restaurante Le Mas Fleuri – região da Bretanha – matou nossa fome – Nordasques é o nome da aldeia.

Esta região da França é totalmente diferente da outra que atingimos através da Espanha. Deixamos o mar do norte há vários quilômetros, passamos pela grande e bonita cidade de Lens. Arras ficou ao lado e ainda temos duas horas de viagem até Paris. Tomara Deus que não esteja chovendo. O mar está bravo demais, mas as praias não tem pedras como o outro lado – o Mediterrâneo. Calais é aldeia de pescadores e lembra um pouco aquela entrada de Santos. Por aqui existe agricultura e gado, carneiros e vacas têm aos montes. É como na Inglaterra, lá no meio dos pastos as ovelhas estão pastando entre as árvores frutíferas. Aqui não. Cada coisa está em seu lugar. Afinal tem poucas matas, o que não falta no país que acabamos de deixar.